And it feels like home.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Sobre a minha medida.

Me perdi no silencio do meu próprio caos.
Deito e giro internamente revirando cada pedaço de inconsciência que me traga de volta um sorriso seu.
Sua ausência me corrói, meus ossos ardem enquanto tento suportar a mesma crise de abstinência de sempre.
Meu corpo implora por uma injeção dessa composição química, que só você traz. 
Minha única e exclusiva droga...
Feita sob medida.


Meu herói passarinho.

Você era minha metade, quase uma extensão de mim e eu de você.
Seus olhos lustrados, nossa juventude hoje já empoeirada sacode os vestigios de um passado em parte esquecido, 
outra eternizado.
Eu te amei em segredo. 
Eu te amei nos infinitos cantos das nossas noites bertoluccianas, 
em cada sorriso e beijo misturado a tantos outros beijos.
Da pequena troca de segredos em marca-texto a todo o nosso despertar de uma dionisidade contagiante.  
Eu confiei em todas as suas intuições e te ensinei a refletir o sol comigo,
enquanto aprendi a filosofar com o teu silêncio.

Tenho muito orgulho do que fomos. 
E do que ainda seremos, sozinhos de nós. 
Você era só um menino com mais ideias na mochila do que seu relógio ajudava a comportar, 
e teu "simples" já era o bastante para, aos meus olhos, te fazer herói. 
Derramei uma lágrima sólida de amor a cada vitória tua, algum pedaço meu ainda se encontra em parte nelas.
Onde foi que eu me perdi da sua timidez? Nossa estrada unificada se dividiu pelo excesso de palavras cheias, tão bem colocadas, que repetidas foram o bastante pra apagar nossas crenças.

Sobramos.

Mas ainda assim, com toda liberdade, eu me interessaria pelas nossas sobras.
Escrevê-las ao menos nos fortalece no mundo como uma imagem de um passado não muito distante, 
mas que enfim perdeu o frescor.

Juntos fomos imensos, gigantes protetores das mais vivas ideias!
E sobrando, viramos história, 
para assim nunca deixarmos de ser.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Quando tudo sai o nada faz a festa...

Por onde eu deito, toda luz se faz azul. 
Me disseram que faz bem... 
Toda almofada tem um recado de boa noite pra sua flor. 
Isso não tem importância? 
No meu planeta dizem que faz mal beber água com bolinhas, chorar no lençol sagrado, 
proibir uma girafa de amar um leão. 
O meu planeta é lindo. E raro, eu sei. 
Mora nele comigo. 
O meu planeta é puro. Eu sei. 
Fica nele comigo... 
Cuida das caveiras mergulhadas no meu pote de cor, 
que escorre um pouco todos os dias. Cuida. 
Não deixa ele secar por inteiro no vidro do carro, 
pra dizer o mesmo que o batom vermelho. 
É grande, eu também sei. Pode sair. 
Voa alto e vê de cima todo o meu planeta. Mas volta... 
Volta pra me contar que formato tem do céu o amor 
e se de longe a gente ainda brilha felicidade.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

"- Isso não tem importância?"

muitas vezes fui cor, enfeite.
me desculpe se já fui mais difícil, é que minha brancura foi treinada pra resistência.
mas compenso na próxima encarnação, pois nessa, já encurtaram meus fios.
entenda. já me queimei demais, como dizem por aí,
ou me deixei queimar, como preferir.
mas se me encher de fogo, eu juro que venho grande, forte!
só não esquece de fazer um pedido antes,
pede uma história linda pra gente?

em todas as minhas formas e tamanhos, te abro toda a luz que cabe em mim,
do meu azul mais profundo à toda a amarelidão que me acende.
sou toda sua.
me espalha pelos cantos da casa,
me espalha?
juro que me derreto todos os dias pra voce,
me espalha.
me guarda nos pratinhos da vovó,
pode ser atrás da porta, juro que não atrapalho, ninguem vai saber.
me leva pra cachoeira, mas não me deixa afundar.
eu pedalo pra voce, me leva?
ninguem vai saber.

muitas vezes sou enfeite, cor.
na proxima encarnação, te prometo,
troco o gosto de sal da tua lágrima,
pelo cheirinho de canela das minhas, ainda quentes.
hoje já e ainda sou pequena, amor.
perdoa.
mas eu juro, continuo amarela.
de pé e inteira.
pra você e só.

até minha última gota colorida secar e você me trocar, por uma cor mais bonita.


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Todo o meu azul, pra sempre seu...

Final de ano e nostalgia, pacote completo.
Não adianta. Todo fim tem sua beleza. Por um tempo eu achei que tinha tomado gosto pela dor.
Mas descobri que é a mistura da beleza do que foi, com a dor do que deixou de ser que faz ser assim.
Me escolher primeiro sempre foi o pior desafio. Quando a gente vence se convence de que o certo é bom.
Pelo menos os móveis novos gostam de me contar assim. Eu prefiro ouvir, porque de qualquer forma, no meio da bagunça, eles foram o que me sobrou de mais organizado.
Nosso sonho foi um filho.
E como é ser dificil ser mãe...
Foi tanto. Tão alto. Tão grande, tão nosso...
A escova que ficou no banheiro me lembrava das noites ainda de quarto pequeno. O mamão já não é tão doce quanto nos cafés de hotel. Sabe, nunca mais consegui fazer compras sem recusar as sacolas plásticas.
Ainda me assusta demais ser feliz... Achar vontade do outro lado ainda parece torto.
A gente escolhe muito a vida, mas nas certezas a gente se encontra no mesmo lugar.
Admito que o coração ainda para quando você atravessa a rua com a coleira que volta e meia eu ainda me sinto no direito de usar.  
Mas a gente vive. E ama. Se for pra ser de verdade. E somente se for por inteiro.
Todo o resto a gente ajeita, coloca no melhor lugar...
Só a saudade do nosso céu que não apaga. Ainda me divido em você.
É quase uma memória medular, não tem jeito, o corpo tem seu próprio registro independente das nossas escolhas.
E mesmo com os planos reajeitados, quando o ano entrar, pode esperar que o pedaço que me divide aí vai gritar no seu ouvido pra desejar toda felicidade desse mundo e agradecer por me dar o melhor ano de todos. Agradecer por me ensinar - depois de tanta dor - que existe! Que pode ter o mesmo tamanho dos dois lados e ele ser tão grande que a gente perde a medida até virar dois tamanhos num só.
Agradecer por ter me escolhido pra dividir o maior amor desse mundo! E que foi todo inteiro por todo o tempo que foi.
Voa alto e sonha grande enquanto eu te assisto passar por traz do vidro preto do carro que costumava ser nosso. E que vai ta sempre pronto pra te resgatar se preciso for (memória medular).
Voa alto e leva embora todas as minhas cores...

Ontem a noite, um disco voador parou na minha janela pra me contar que a nossa casa ficou pronta, e é linda demais. Ta lá em Marte esperando a gente chegar no tempo certo. E mesmo que nunca seja usada... vai estar sempre la.


Todo o meu azul, pra sempre seu.


Com amor,
M./S./K.

sábado, 21 de maio de 2011

Greys Anatomy.

" - There's a reason I said I'd be happy alone. It wasn't 'cause I thought I'd be happy alone. It was because I thought if I loved someone and then it fell apart, I might not make it. It's easier to be alone, because what if you learn that you need love and you don't have it? What if you like it and lean on it? What if you shape your life around it and then it falls apart? Can you even survive that kind of pain?
Losing love is like organ damage. It's like dying. The only difference is death ends. This? It could go on forever... "


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Que seja doce...

Um anjo caiu na minha cama.

E é sério... Caiu.

Não sei bem de onde, afinal nunca acreditei nesse papo de olhar pro lado.

E olha que eu poderia contar a história por muitos olhos,

encaixando todas as frases cafonas e clichês,

porque elas ainda sim, nos dariam sentido.


Dá um certo desespero, sabe?

Essa juventude tão colorida, tão quente, tão fresca.

Esse aperto de vontade, que eu, em algum ponto,

me convenci que não visitaria novamente.

Dá um certo desespero, sabe?

Esse medo de perder,

essa gratidão que não cabe,

os bichinhos coloridos e até o peixe crú.

Sabe se lá quando eles vão embora...

Sabe se lá o quanto eu esperei...

Não sei.


Eu queria gritar.

Pro mundo ficar quieto.

Porque eu tenho uma casa nova pra decorar,

e cuidar,

por todo o tempo que me quiser dentro.


Eu queria gritar pro mundo!

Por todo o meu des-espero.

Que um anjo caiu na minha cama.

E é sério...

Caiu.