And it feels like home.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Astrologia



Olhei de relance.

Jogaram um peixe na balança.

Um peixe pesado, quase que assustador.

Recheado de responsabilidades.

A balança não parecia ter sido feita pra suportar aquele peso,

muito menos estar preparada pra ele.

Precisamente imatura.

Me aproximei.

O peixe era de fato o mais lindo e macio que eu já tinha visto.

E era nítido que a balança daria o seu melhor para mantê-lo ali, sobre ela.

Sem se quebrar ou deixa-lo cair...


A segunda vista também merece amor.


"Separar" é um verbo que ama estar no gerúndio. Uma transição que tende a eternidade.

Pensei ter vivido uma grande história.

Sorrido junto. Chorado. Compartilhado. Pensei ter vivido.

Pensei ter amado.

E aí descobri que nada "era". Tudo é.

Pensei errado.

Você é minha história. Quase eu por inteira.

Meu melhor pedaço, que agora por fim, se desprendeu.

Nosso fim se estendeu. Pensei que estaria pra sempre "fim-zando" você, mas o português não me deu de presente esse verbo.

E nossa transição parece ter final-mente chegado em algum lugar. Um lugar onde esse amor é inteiro.

Onde não existe um gerúndio que abrace eu e você ao mesmo tempo.

Então, que seja fim. Que seja feliz.

Mas que o nosso verbo continue gritando em todo e qualquer lugar.

E que continue grito. Continue nosso.

Continue sendo.

Vivo.