And it feels like home.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Meu herói passarinho.

Você era minha metade, quase uma extensão de mim e eu de você.
Seus olhos lustrados, nossa juventude hoje já empoeirada sacode os vestigios de um passado em parte esquecido, 
outra eternizado.
Eu te amei em segredo. 
Eu te amei nos infinitos cantos das nossas noites bertoluccianas, 
em cada sorriso e beijo misturado a tantos outros beijos.
Da pequena troca de segredos em marca-texto a todo o nosso despertar de uma dionisidade contagiante.  
Eu confiei em todas as suas intuições e te ensinei a refletir o sol comigo,
enquanto aprendi a filosofar com o teu silêncio.

Tenho muito orgulho do que fomos. 
E do que ainda seremos, sozinhos de nós. 
Você era só um menino com mais ideias na mochila do que seu relógio ajudava a comportar, 
e teu "simples" já era o bastante para, aos meus olhos, te fazer herói. 
Derramei uma lágrima sólida de amor a cada vitória tua, algum pedaço meu ainda se encontra em parte nelas.
Onde foi que eu me perdi da sua timidez? Nossa estrada unificada se dividiu pelo excesso de palavras cheias, tão bem colocadas, que repetidas foram o bastante pra apagar nossas crenças.

Sobramos.

Mas ainda assim, com toda liberdade, eu me interessaria pelas nossas sobras.
Escrevê-las ao menos nos fortalece no mundo como uma imagem de um passado não muito distante, 
mas que enfim perdeu o frescor.

Juntos fomos imensos, gigantes protetores das mais vivas ideias!
E sobrando, viramos história, 
para assim nunca deixarmos de ser.

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